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Decreto Municipal é mantido até segunda-feira em Floriano
27/03/2020 - 17:10  
 
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Três reuniões marcaram a manhã e o início da tarde desta sexta-feira (27), no pátio do Centro Administrativo de Floriano. Por volta das 8h30, o prefeito Joel Rodrigues e o secretário de Saúde, James Rodrigues, já estavam reunidos com os secretários municipais para avaliar os efeitos e resultados das medidas de prevenção contra o avanço do novo coronavírus e se novas determinações serão expedidas, para o funcionamento das secretarias e órgãos municipais, escolas e outro serviços. Atualmente só os considerados essenciais estão em atividade.

Em seguida o prefeito Joel Rodrigues conduziu a reunião do Comitê Gestor de Crise (CGC), formado por várias entidades, profissionais e instituições de saúde, secretaria de Saúde, Hospital Tibério Nunes, Polícia Militar, igrejas cristãs e outros especialistas, para avaliar as ações após o último Decreto Municipal, que tem validade até 30 de março, segunda-feira, os resultados e as dificuldades enfrentadas, e para colher de cada área as sugestões e opiniões que serão somadas para a composição de um novo decreto, que entrará em vigor na próxima terça-feira, 31 de março.

Uma das preocupações é com a reação de uma pequena parcela da população que desconsiderou a orientação de permanecer em casa, após o pronunciamento do presidente Bolsonaro, que considerou desnecessário o fechamento da maioria das empresas.

Outra angústia é com o que poderá acontecer no futuro, já que o Hospital Tibério Nunes possui apenas 6 leitos de UTI e não teria capacidade de atender a um grande número de casos simultâneos de doentes com necessidade de respiradores artificiais. O HRTN atende a uma macrorregião, com uma população de aproximadamente 500 mil habitantes e a direção está preocupada com o descontrole da regulação de pacientes vindos de outros municípios.

A terceira reunião já envolveu representantes do Sindicato do Comércio Varejista de Floriano, Associação Comercial, Câmara de Dirigentes Lojistas, Sindicato dos Empregados no Comércio de Floriano e Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico.

Os empresários pediram a reabertura das empresas, com escalas e horários diferenciados e com os cuidados de higienização necessários, porque temem um colapso financeiro em Floriano, cuja economia, em grande parte, é regida pelas micro e pequenas empresas, o que provocaria fechamento de estabelecimentos, demissões e outros problemas sociais, além dos trabalhadores informais que também perderam as suas rendas.

Por outro lado, os especialistas em epidemiologia e representantes da saúde pública defendem que o momento ainda é de isolamento social, que países e cidades que retomaram as suas vidas, estão pagando um preço muito alto agora. Eles lembraram que ainda estamos na fase mais crítica de contaminação comunitária e não há testes o suficiente para identificar a população que precisaria ser isolada por estar com o vírus, e que, somente aproximadamente a partir do 12º de contaminada, a pessoa poderá ter os sintomas mais graves. As autoridades de saúde preveem que o pico da doença no Brasil seja atingido a partir de abril.

A igreja católica, através do bispo da Diocese de Floriano, Dom Edivalter Andrade, manifestou a posição da igreja, que é de manter o isolamento social, com celebrações sem fieis, transmitidas pelos veículos de comunicação e com a Semana Santa com várias restrições, sem procissões e parte dos rituais, por entender que não seria possível atender aos critérios de higienização em todos os templos, mesmo com o decreto do presidente que inclui as igrejas como serviços essenciais, liberando as celebrações.

Ao final da reunião, o prefeito Joel Rodrigues, em acordo com integrantes do comitê e das representatividades do comércio e dos empregados, decidiu que até a próxima segunda-feira continua valendo o decreto atual que pede o fechamento das atividades, exceto as consideradas essenciais e a interrupção das aulas, além de outras medidas. 

“Vamos aguardar novas medidas do Ministério da Saúde e as decisões do governador Wellington Dias para, ainda na segunda-feira, editarmos o novo Decreto Municipal que passará a vigor a partir do dia 31 de março”, disse o prefeito Joel Rodrigues, lembrando que as responsabilidades sobre as decisões a serem tomadas serão divididas entre o poder público e a sociedade.
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